segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre reconstrução

Hoje eu abri as portas, arrumei a prateleira, me livrei de uns velhos rascunhos e troquei os móveis de lugar. Liguei a rádio e mudei a estação, a música, o verso e o som. Deixei o sol entrar entre as frestas da minha janela e com ele me renovei, me inspirei e reinventei. Eu que sempre quis muito, hoje quis menos. Quis menos drama, menos palavras jogadas fora, menos frases incompletas e menos promessas. Hoje quis apenas paz e coração tranquilo. Força, paciência e coragem pra mudar um destino. 

 Hoje eu joguei fora as cartas em envelopes lacrados com palavras que nunca foram ditas, talvez por falta de coragem ou por esquecimento. Esvaziei a gaveta, rasguei folhas do meu caderno com textos rabiscados e deixei as páginas em branco pra serem completadas com novas melodias. Mas por enquanto não quero apenas preencher algum espaço vazio, nada de impulsos dessa vez. Pra hoje fico com a serenidade e o silêncio da minha mente amontoada de emoções.

 Hoje eu quis sentir o vento, soltar meu par de asas e voar, sem roteiro, sem hora marcada e sem data pra voltar. Eu quis a liberdade dos meus passos para ir a lugares que ainda não fui, conhecer novas sensações, paisagens e histórias para serem descobertas. 

 Hoje eu não quis pensar e nem me cobrar por não ter conseguido ser o que deveria ou o que esperavam que eu fosse. Eu apenas olhei pra trás e agradeci pelas escolhas erradas, elas me possibilitaram novos caminhos para meu crescimento e hoje sigo mais lúcida, mais confiante e certa de que a cada passo que eu der vou saber repousar no lugar certo, e se o certo não for o suficiente continuarei seguindo, com coração tranquilo e com minha capacidade de me reconstruir sempre quando for preciso.





terça-feira, 22 de abril de 2014

Sobre amor e seus medos

  Nunca entendi o porque das pessoas terem tanto medo assim do amor. Tenho amigas que vivem fugindo por sempre apostarem fichas no cara errado. A gente vive rodeado de tantas coisas prejudiciais à saúde, e você foi escolher ter medo justo do amor? Deixa eu te falar, ninguém nasce com uma listinha de nomes pra você escolher por quem quer se apaixonar. Se fosse assim, estava todo mundo feliz com corações dançando no ar.

 Infelizmente a gente tem que passar por uma porção de coisas incluindo desilusões, até encontrar uma pessoa certa.  Acredite, existe sim uma pessoa certa pra você, só não espere encontrar um príncipe de farda, esse, está em extinção.  

 No amor, a entrega deve acontecer sem medo ou restrição. Vale a pena deixar as portas abertas, a gente nunca sabe quando ele vem. E chega sempre sem avisar, de mansinho, e quando menos se espera, ele entra em ação, nos fazendo perder o sono, a calma e principalmente o juízo.

 Mas o amor é isso, nem mesmo os mais inteligentes estão fora do perigo. E só entra no jogo quem tem coragem, porque pra sair dele meu amigo, é a parte mais difícil, e quando se dá conta já fez tudo que te falaram que era errado. E você esquece das teorias, dos livros de autoajuda, dos riscos, de tudo, até de você mesmo.

 Pra quem tem medo do amor, te digo uma coisa: Vale a pena, vale todo o esforço. As olheiras, os desvios de rota, os sorrisos sem sentido, as músicas melancólicas, as cartas rabiscadas, os chocolates, o choro preso na garganta, a dúvida e até mesmo os sonhos desperdiçados. Vale a pena, por mais desgastante que seja a gente sai ganhando. Não só experiência, mas uma bagagem cheia de aprendizado, pronta pra ser distribuída por aí.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ponto de partida

                                                                 
Não precisa se assustar, eu avisei que não ficaria por muito tempo, mesmo que tenha ficado tempo demais. Não me olhe assim como se estivesse duvidando das minhas verdades. Dessa vez não tem quartas nem quintas chances, dessa vez não tem desculpas e nem frases mal elaboradas que vão me fazer ficar nesse insiste ou desiste. Eu desisto. E é pra valer.

Já arrumei minhas bagagens e te guardei no fundo de uma caixinha de recordações junto das minhas histórias inacabadas que ainda esperam por um ponto final. Não é que eu tenha esperanças em reescrever, mas vou te deixar lá, quietinho, até arrumar um parágrafo bem bonito para encerrar meu capítulo. E quando encontrar, deixarei uma meia página debaixo da sua porta em um envelope lacrado, pra você abrir só quando quiser lembrar um pouquinho de mim. De vez em quando.

Talvez a gente se encontre entre os corredores. Só não se surpreenda se por acaso não retribuir seu sorriso com um aceno. É que até lá eu já devo ter voltado do meu pequeno percurso e talvez esteja um pouquinho diferente e esqueça  de olhar em sua direção.

Tô indo embora. Só não me pergunte pra onde, ainda não escrevi o roteiro.Viagem sem destino é mais emocionante, dá um frio na barriga em não saber o que vai encontrar, mas escolhi o caminho mais longo e estou disposta a enfrentar os desafios na estrada, pra voltar com a bagagem cheia de coragem e a mente amontoada de histórias pra contar.